11/10/2009

outubro 11, 2009
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Era final de tarde. Sozinho no meu canto mais seguro de mundo, eu regava as plantas do meu quintal. Nunca encontrei nada mais seguro que regar minhas flores, elas me escutam e eu as faço felizes com um pouco de água, são humildes, pedem pouco para me suportar. Enfim, eu estava lá, absorto na perfeição do silêncio, quando ele me apareceu como num flash: não estava lá, de repente estava. Ali estava ele, com os pés plantados no chão, a um metro e meio de mim, com a cabeça inclinada para o lado, me olhando com um olho só. Surpreso em vê-lo ali, tão perto, fato incomum entre os voadores, admirei-o, também de lado, com um olho só, mas meio encabulado. Era a primeira vez que um deles se aproximava tanto de mim, e o fato de me olhar daquela maneira direta, me deixou incomodado. Não tanto quanto o assombro que senti quando ele me dirigiu a palavra:
       ― E aí, rapaz, tudo bem?
       (Silêncio)
       ― Ô rapaz, estou falando com você!
       (Silêncio)
       Enquanto meus olhos moviam-se convulsivamente para todos os lados... Clique aqui para continuar a leitura.

(Texto publicado na revista Cronópios, no dia 10 de outubro de 2009)

4 comentários :

  1. Mas o que eu mais gostei foi da expressão facial...

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  2. Fernanda,

    Você já parou para observar a expressão facial de um pássaro? É impressionante! (rs!)

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  3. Confesso: tenho uma certa inveja de quem escreve bem assim! Sylvia

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  4. Obrigado, Sylvia, por vir aqui, e obrigado pelo carinhoso elogio.

    Um beijo, menina!

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