16/12/2009

dezembro 16, 2009
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A tudo dirá nada.
Entre todos os caminhos
escolherá nenhum.

Nem ao sol, nem à lua.

Não se entregará a água ou ao fogo;
não decidirá entre dormir e acordar.

Entre chorar ou sorrir,
escolherá a indiferença;
entre caminhar ou parar,
flutuará.

Não irá ao céu ou ao inferno.

À morte ou à vida,
escolherá o purgatório.




In: LIAL, William. O mundo de vidro. Fortaleza: Imprece, 2005.
Pintura: Edward Hopper, Excursion into philosophy, 1959.

6 comentários :

  1. Eu tenho o prazeroso privilégio de ter este livro!!!Este poema relata o verdadeiro ato de estar ausente...
    Obrigada por enriquecer meus olhos literários!
    Beijos doces*

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  2. Belo poema, sim, sem dúvida - gostei muito: lembra-me Miguel Torga (veja "Descida aos infernos").

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  3. Obrigado, Michele. Tão gentil, você!

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