Antônio Bandeira, Cabeça, 1947. |
Algumas vezes esqueço a dor que me assola,
Algumas vezes lamento a vida que não tenho,
Algumas vezes lamento a vida que tenho,
Algumas vezes acredito ser a dor que me apavora,
Algumas vezes olho para o passado e o vejo medonho,
Algumas vezes não quero acreditar que fui aquele...
Algumas vezes tenho medo de ainda ser o mesmo,
Algumas vezes tento acreditar que esse alvitre é um sonho,
Algumas vezes tenho vergonha de sentir-me assim,
Algumas vezes digo que vou parar de lamentar meu mundo,
Algumas vezes escondo meu rosto do espelho que me procura,
Algumas vezes quero chorar e fugir de mim.
In: William Lial. Noturno. Fortaleza: Imprece, 2003.
Lindo ,chocante ,é a eterna insatisfação humana,me tocou profundamente.Parabens pela sua capacidade de atngir os outros de uma maneira tão bela .
ResponderExcluirAlgumas vezes procuro as palavras certas, que não digo...
ResponderExcluirAlgumas vezes encontramos as palavras certas,mas que os outros nos dizem.
Parabéns!
Marcelo.
Minha poesia é bem diferente da minha prosa - crônica e romance -, que você deve ter conhecido primeiro, sou quase dois heterônimos - isso sem falar dos meus ensaios -, mas todos escrevo com a mesma entrega, e fico sempre feliz quando gostam.
ResponderExcluirObrigado, Marcelo!