08/03/2017

março 08, 2017
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No dia 8 de março do ano passado (2016) publiquei o texto "A beleza que enriquece a felicidade" em homenagem ao dia da Mulher. Abordei sobretudo a violência sofrida por ela. De lá para cá um ano se passou e a realidade mudou: hoje é ainda menos favorável à mulher.

A violência aumentou e o seu mundo ficou mais estreito. Mesmo que tenha alcançado conquistas desejadas como melhor posição social, mais campos de trabalho e educação, por outro lado, isso parece mexer cada vez mais com o libido, com o sadismo e a inveja dos homens, ou melhor, dos projetos de homens que veem a Mulher como veem seus utensílios domésticos, um objeto a que podem dispor quando desejarem e da forma que desejarem. Homens, britadeiras quebradas, que não admitem e não entendem o mundo novo onde a Mulher é seu igual e cansou de ser a coisa passiva - que na verdade, bem mostra a história, nunca foi - para ser alguém que domina a coisa e tudo o que puder e tiver a necessidade e possibilidade de ser dominado.

Que nós, Homens - se me permitem a pretensão -, ainda vejamos dias mais claros, pois cinzentos são os dias, não só para as Mulheres - quando rebaixadas e afastadas da liberdade que merecem gozar -, mas para nós também que nos privamos do aprendizado, da beleza e da inteligência de quem nasceu para estar, seja profissionalmente seja romanticamente, ao lado de quem quiser, por querer estar - e quem sabe ao nosso lado -, compartilhando conosco o que é e o que somos; não nos servindo.

Liberdade, verdadeiramente liberdade, só a morte oferece, em virtude das prisões diárias que cercam a todos nós - morais, sociais, econômicas ou idiossincráticas -, mas a liberdade de querer ser o que quer, e ter a possibilidade e o direito de tentar e alcançar, essa todos devemos e merecemos ter, independente, dentre outras coisas, do sexo.

Parabéns às Mulheres pelo dia de ontem, de amanhã e, sobretudo, de hoje, que ninguém merece viver apenas de promessa de futuro. Que a vida seja agora!



Imagem: Roi James painting of Chrysta Bell.

4 comentários :

  1. Saudades de ler você! Foi muito bom ler ...dialogar mentalmente com você! Eloisa Helena (do Clic )

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    1. Oi, Elô.
      Saudades de ser lido por você. Obrigado pela leitura!

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