
As variações regionais, aqui em nosso país, são ocorrências semelhantes ao que ocorre entre os países de língua portuguesa. O som das palavras parece diferente, e algumas formas de como se elaboram uma frase, mas a escrita é a mesma. Para comprovar isso basta observar os textos escritos nesses dois países. A língua que se encontrará no texto escrito em Portugal será a mesma de um texto aqui. Se lermos Saramago, Fernando Pessoa, Arnaldo Lobo Antunes e tantos outros, compreenderemos tudo sem necessitarmos de tradução. Para que uma língua seja diferente de outra é necessário que a escrita seja diferente, que as palavras precisem ser traduzidas para entendermos, e isso não acontece entre o que escrevemos no Brasil e o que escrevem lá em Portugal. Não pensem que o idioma de lá é diferente da de cá só por que muitos filmes portugueses são legendados no circuito nacional brasileiro. As legendas ajudam a compreender a fala, devido ao sotaque, mas se encontrarmos esse mesmo filme por escrito veremos que não precisaremos de legenda, ou tradução. Quando forem a Portugal observem as placas, os outdoors, os anúncios todos, as informações destinadas ao público e se espantem, verão que tudo é escrito em português, como aqui. Não precisaremos de legendas para as placas de trânsito, nem para os outdoors de lá. Então como podemos dizer que falamos outra língua? Vivemos num continente distante do país que nos colonizou, sofremos influencias de colonizações posteriores etc., por isso acabamos usando variantes diferentes. O mesmo ocorre entre Inglaterra e Estado Unidos, Canadá francês e França e por aí em diante. Não são preferências de palavras ou formas como se pronunciam certas palavras que farão com que duas línguas sejam diferentes.
Se você realmente acredita nessa diferença de idioma, o mais provável é que ao chegar a Portugal, e se deparar com a primeira placa escrita em português, vossa senhoria assuste aos transeuntes com exclamações do tipo: “Pelo amor de Deus, olha só, estou entendendo tudo! Eu sei falar o português de Portugal, eu sei!”, e quem sabe até outro brasileiro, menos precipitado que você, esteja passando pelo mesmo local, na mesma hora, e lhe dê um tapa atrás da cabeça e diga: “Mané!”.
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