Aqueles lábios descolaram-se
Tentaram algo proferir
Aquelas mãos abriram-se
Quiseram algo exibir.
Aquele coração palpitou, palpitou...
Quis, até do peito, sair
Bocejou, bocejou...
Aqueles lábios quiseram falar
Aquele coração quis bulir
Mas aquele homem...Aquele homem veio a cair.
LIAL, William. Sombras. Fortaleza: Edição Independente, 2001.
Imagem: Gustave Courbet, L'homme blessé, 1844-54.jpg
É um herói de guerra atingido pelo inimigo ou apenas um homem comum que a mediocridade da vida venceu? Ou o pobre enfartou? Me vêem muitas interpretações à cabeça. E talvez para o autor, no momento da escrita, o quadro a ser descrito seja completamente diferente disso tudo. Isso satisfaz o autor ou o decepciona, William?
ResponderExcluirKakita, escrevi esse texto ainda na minha adolescência, eu tinha por volta dos 14 ou 16 anos. O que pensava ao escrevê-lo é um pouco do que você disse, um homem comum que luta, mas não um homem que luta por si, mas pelo outro, que se dá pelo outro; essa é única, ou a melhor maneira pela qual um homem pode ser intitulado herói. Além disso há a dor de se ver o bom caindo. A causa pode ser a mediocridade do mundo, pode ser o cansaço ou um último ato heroico realizado; isso eu não vou dizer, fica por sua conta.
ResponderExcluirEntretanto, Kakita, as interpretações podem ser muitas, não sou o dono delas, e deixo aos leitores a possibilidade de se realizarem nos nelas, serem coautores do que escrevo, se desejarem.
Obrigado pelo comentário!
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