Ausente
A tudo dirá nada.
Entre todos os caminhos
escolherá nenhum.
Nem ao sol, nem à lua.
Não se entregará a água ou ao fogo;
não decidirá entre dormir e acordar.
Entre chorar ou sorrir,
escolherá a indiferença;
entre caminhar ou parar,
flutuará.
Não irá ao céu ou ao inferno.
À morte ou à vida,
escolherá o purgatório.
In: LIAL, William. O mundo de vidro. Fortaleza: Imprece, 2005.
Pintura: Edward Hopper, Excursion into philosophy, 1959.
Perfeito!
ResponderExcluirObrigado, Fanny!
ResponderExcluirEu tenho o prazeroso privilégio de ter este livro!!!Este poema relata o verdadeiro ato de estar ausente...
ResponderExcluirObrigada por enriquecer meus olhos literários!
Beijos doces*
Belo poema, sim, sem dúvida - gostei muito: lembra-me Miguel Torga (veja "Descida aos infernos").
ResponderExcluirmais que perfeito meu amigo!
ResponderExcluirObrigado, Michele. Tão gentil, você!
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