Esses dias, perguntaram-me o que leio nos intervalos entre um livro denso e outro. Na verdade, não enxergo intervalos, leio o que me interessa, não sinto normalmente a necessidade de buscar uma leitura mais leve, depois de ler, por exemplo, William Faulkner, Turguêniev ou Dostoiévski, mas se, por ventura, sinto-me realmente pesado com alguma leitura e vejo a necessidade de acalmar os ânimos, leio algo como Italo Calvino, João Ubaldo Ribeiro, Gabriel Garcia Márquez e outros semelhantes; não buscaria uma leitura fútil apenas para passar o tempo, não funciono assim, preciso constantemente de substância.
Esses últimos escritores que acabo de citar são para mim grandes autores, como os outros que citei mais acima, contudo são menos "pesados", “incomodam” menos que os “arteriais” Russos ou o americano, sendo o máximo de leitura suave que me admito, não me agradaria ler um livro meloso como muitos Best Sellers que andam por aí só para passar o tempo. A vida não é tão longa e o tempo passa rápido, por isso não vale a pena desperdiçá-lo com livros mediocridades.
Existem grande autores, menos densos, que podem ser lidos naquilo que você considera intervalo de suas “pesadas” leituras, mas que também podem ser lidos, e devem, em qualquer momento, como os que já mencionei há pouco e outros, por exemplo: Autran Dourado, Miguel Torga, João Cândido de Carvalho, Graciliano Ramos, Murilo Rubião, Érico Veríssimo, Tyniánov, Pablo Neruda etc.
Mas alguns aí não me parecem tão leves, você me diz. Tudo bem, não se escandalize por isso. Quando identifico um autor como menos denso estou comparando-o com autores que são notoriamente muito fortes, que abalam estruturas após sua leitura, como Albert Camus, José Saramago, Hermann Hesse, Jean Paul Sartre, Friedrich Nietzsche, Jean Peter Jacobson, Stendhal e outros como os primeiros que citei no início deste texto.
Enfim, aconselho sempre a ler livros substanciais, seja pela busca de algo mais intenso, seja pela necessidade de algo leve e lúdico. Não perca tempo com propaganda ou bobagens. Bobagem é bom para falar com os amigos numa mesa de bar entre um gole e outro de goró dos deuses; quanto às leituras, deixe que autores que sabem das coisas conversem com você.
Imagem: Childe Hassam (1859-1935), O quarto das flores, 1894. Uma das obras mais conhecidas desse pintor impressionista norte-americano. No quadro há uma mulher de vestido cor-de-rosa, recostada num divã, lendo um livro num quarto repleto de luz, livros, quadros, ornamentos, flores e móveis. Uma obra que ratifica a opção do artista por momentos do dia-a-dia, de condições atmosféricas que constituíssem um desafio técnico, além de privilegiar as mulheres em seus quadros. Uma curiosidade sobre o autor e esse quadro é que a casa retratada situa-se na costa do Maine, New Hampshire, e pertencia a escritora americana Celia Thaxter, natural desse mesmo estado, que a utilizava para reunir poetas e artistas, entre eles, Hassam. A mulher retratada na pintura é ela.
Esses últimos escritores que acabo de citar são para mim grandes autores, como os outros que citei mais acima, contudo são menos "pesados", “incomodam” menos que os “arteriais” Russos ou o americano, sendo o máximo de leitura suave que me admito, não me agradaria ler um livro meloso como muitos Best Sellers que andam por aí só para passar o tempo. A vida não é tão longa e o tempo passa rápido, por isso não vale a pena desperdiçá-lo com livros mediocridades.
Existem grande autores, menos densos, que podem ser lidos naquilo que você considera intervalo de suas “pesadas” leituras, mas que também podem ser lidos, e devem, em qualquer momento, como os que já mencionei há pouco e outros, por exemplo: Autran Dourado, Miguel Torga, João Cândido de Carvalho, Graciliano Ramos, Murilo Rubião, Érico Veríssimo, Tyniánov, Pablo Neruda etc.
Mas alguns aí não me parecem tão leves, você me diz. Tudo bem, não se escandalize por isso. Quando identifico um autor como menos denso estou comparando-o com autores que são notoriamente muito fortes, que abalam estruturas após sua leitura, como Albert Camus, José Saramago, Hermann Hesse, Jean Paul Sartre, Friedrich Nietzsche, Jean Peter Jacobson, Stendhal e outros como os primeiros que citei no início deste texto.
Enfim, aconselho sempre a ler livros substanciais, seja pela busca de algo mais intenso, seja pela necessidade de algo leve e lúdico. Não perca tempo com propaganda ou bobagens. Bobagem é bom para falar com os amigos numa mesa de bar entre um gole e outro de goró dos deuses; quanto às leituras, deixe que autores que sabem das coisas conversem com você.
Imagem: Childe Hassam (1859-1935), O quarto das flores, 1894. Uma das obras mais conhecidas desse pintor impressionista norte-americano. No quadro há uma mulher de vestido cor-de-rosa, recostada num divã, lendo um livro num quarto repleto de luz, livros, quadros, ornamentos, flores e móveis. Uma obra que ratifica a opção do artista por momentos do dia-a-dia, de condições atmosféricas que constituíssem um desafio técnico, além de privilegiar as mulheres em seus quadros. Uma curiosidade sobre o autor e esse quadro é que a casa retratada situa-se na costa do Maine, New Hampshire, e pertencia a escritora americana Celia Thaxter, natural desse mesmo estado, que a utilizava para reunir poetas e artistas, entre eles, Hassam. A mulher retratada na pintura é ela.
Muito bom o seu texto e concordo com vc, mesmo que as vezes eu acabe caindo na tentação de "quit list" de vez em quando... e sei que isso é o mais comercial que há no planeta...
ResponderExcluirConcordo contigo, William! Não tenho nada contra quem lê apenas por entretenimento, mas se podemos escolher, por que não buscar o que entretêm, edifica, arrebata e até mesmo desconforta???? A propósito, tenho lido simultaneamente, Cortázar e Márquez em bom espanhol, respectivamente, "La otra orilla" e "Ojos de perro azul". Comprei alguns quando estive recentemente na Argentina... É sempre bom compartilhar leituras, né? Abraço!
ResponderExcluirAlgumas vezes, Fernanda, existem livros bons nessas "Quit list"; de vez em quando, bons livros entram para a lista dos mais vendidos (rs!). O que julgo importante é não comprar apenas por que está nessa lista e não por que o enredo lhe chamou a atenção ou a história sobre o livro.
ResponderExcluirAriane, gosto muito dos dois, e tenho vários livros de ambos, mas não li ainda esses dois títulos; vou procurá-los. Quanto a compratilhar leituras, é muito bom sim, esse é o maior motivo de eu publicar aquelas minhas resenhas, com toque bem pessoal, aqui no blog e na revista Cronópios, com elas espero compartilhar e fazer com que outras pessoas conheçam e se interessem por livros que gostei.
Beijo, menina!