05/10/2009

outubro 05, 2009
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Uma menina de dez anos, chamada Zoe Pemberton, na Inglaterra, cansada da avó Marian Goodall, de 61 anos, que, segundo a guria é “chata e só reclama”, colocou a velha à venda no eBay. E teve proposta de compra? Claro que sim, esse é o mundo real, e no mundo real tudo pode acontecer.

Na descrição do produto a garota disse que a avó era fofa e adorava jogar caça-palavras, tomar café e chá; o que acarretou, depois dessa descrição tão maravilhosa, o recebimento de 27 lances e muitos deles chegando a 2.000 libras – cerca de R$ 6.000,00. Gostaram mesmo da velhinha, e ela nem é tão gata assim – eu vi a foto. Mas e a vovó, o que disse de tudo isso? Segundo a neta, numa entrevista ao jornal britânico Daily Mail, após explicar o motivo que a levou a tentar vender o produto, “Bem, ela estava me irritando”, a avó resmungou com ela por ter escrito no eBay que sua comida favorita era curry, e disse que poderia mudar para chinesa. É, a velha é chata mesmo.

Contudo, a negociação teve que acabar. Sim, sim, isso não teve um final feliz. Para o desespero e tristeza dos possíveis compradores, o eBay retirou o leilão do ar alegando que não era permitida a venda de pessoas. Maldade com a garotinha que agora vai ter que continuar aturando a avó reclamona. O site de vendas da internet não entendeu o espírito empresarial da menina. Mas eu entendi. Depois que li essa notícia de grande valor cultural e ainda tive a educativa idéia de escrever essa crônica sobre isso, ou seja, depois de tamanha resplandecência educativa, ao final me veio uma idéia, e resolvi aumentar um parágrafo.

É o seguinte, no Brasil temos o Mercado Livre, o nosso eBay tupiniquim, então pensei: por que não vender algo que não me serve? Bem, tenho uma vizinha, apelidada de matraca-moto-contínuo – fala 137.000 palavras por minuto –, acredita que ninguém presta, a não ser ela que recebe salário de repartição pública, mesmo sem saber onde fica o prédio no qual supostamente trabalha, adora ouvir funk carioca – cantando alto, obviamente, as letras maravilhosas –, diz que os livros de auto-aluda a salvaram, mesmo que, como todos os leitores desse tipo brilhante de livros, viva reclamando da vida, e sua simples presença num ambiente é capaz de fazer os mais crentes acreditarem que o diabo é casado – com ela, claro! Ou seja, é uma jóia do pré-sal. Portanto, baseado nesse momento “compra que eu tô vendendo!”, tomei essa empresarial iniciativa. E aviso: a peça é única. Então: qual é o primeiro lance? Sejam rápidos, outro pode chegar primeiro.




Imagem: J. J. Sousa Pinto (1856-1939), Avó e neta. Artista da primeira geração de naturalistas portugueses.

6 comentários :

  1. Na sua vizinha eu não vou dar um lance não...
    Mas vou fazer um leilão do caixa do mercado do meu bairro que toda vez que me vê começa a falar: vai fazer feijoada? vc sabe fazer feijoada? faz uma feijoada pra mim brasileira???

    Não importa se estou comprando sabão em pó... ele sempre pergunta da feijoada...

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  2. Fernanda,

    Manda ele lamber o sabão que você compra.

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  3. Amigo!!! Também não vou dar nenhum lance não... mas vou agradecer de todo o meu coração, os dois livros lindos que acabei de receber!!
    Obrigada amigo!!
    Amei e com direito a dedicatória!!
    Beijo grande
    Elida

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  4. Elida,

    Mas será que ninguém quer comprar minha bela vizinha?!

    Que bom que gostou dos livros.

    Um grande beijo!

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  5. Adorei a idéia de vender a vizinha! Interessante a idade da vovó: 61 ! Velhinha chata? !!! Outro dia mesmo fiz essa idade e só agora me dei conta !

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  6. Obrigado pela leitura. Vender a vizinha pode ser uma boa!

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