Os anos, à medida que vêm, trazem consigo vantagens sem-número; à medida que se vão, levam consigo um sem-número delas.
Horácio, Arte Poética
― Parabéns pra ocê, dessa data querida, muitas felicidade, muitos ano de vida.
― Seu William, seu William, seu William!
― Obrigado Jefrésia, Genaro!
― Num agradece o Genaro não, seu William, ele num fez nadica de nada, esse mosca-morta.
― Que num fiz, muié, sê tá doida?! Quem foi que bateu parlma mais arto, hein?!
― “Bateu parlma mais arto”, vai te catá, Genaro!
― Vai tu, abestada!
― Vamos parar com essa briguinha, por favor. Eu fico muito feliz que hoje, dia 2 de fevereiro, dia do meu trigésimo sexto aniversário, vocês estejam aqui comigo. E esse bolo, de que é, Jefrésia?
― É de macacheira, seu William.
― Fui eu que tive a idéia, fui eu!
― Cala a boca, Genaro, o homi tá falando comigo, num é com tu não.
― Ô muié chata, minha nossa sinhora!
― Chato é tu, bestarréi!
― Já vão começar novamente?
― É mermo, é mermo, é aniversáro do seu William, num é dia de bagunça não, Genaro!
― Genaro? Mar tu é muito sabida mermo... E é sô eu que tô fazeno baruio, sô? Jefrésia, tu, num sei não viu, num sei não!
― Ha-ha-ha-ha! vocês são muito divertidos, mas vamos parar com isso. Me digam uma coisa: já que estamos comemorando o meu aniversário, vocês sabem como foi que surgiram as comemorações de aniversários?
― Iiiiiih! Eu num sei não, seu William.
― É craro que tu num sabe, homi, e tu sabe de alguma coisa na vida, Genaro?!
― E tu, e tu, tu sabe de alguma coisa? Tu sabe quando começou os aniversáro, sabe? Num sabe, eu aposto! Eu aposto a minha galinha Gefrides como tu num sabe. Sabe nada!
― Agora tu vai ficá aí falano feito uma matraca é?! Ô homi chato!
― Vocês querem ouvir ou não sobre o começo dos aniversário?
― Eu quero, seu William, ma esse aí... num sei não; fala demais.
―“Fala demais”. E tu, abestada?!
― Voltando ao assunto, os aniversários são comemorados desde o Egito antigo, por volta do ano 3000 a.C, segundo o livro The Lore of Birthdays, dos antropólogos americanos Ralph e Adelin Linton. Os gregos também adotaram esse costume, e tanto eles quanto os egípcios dedicavam suas comemorações apenas aos faraós e aos deuses, ou seja, seres superiores, considerados divinos.
― Vixi, que povo mais besta. Tá veno aí, Genaro?! Num comemorava aniversário de gente como nóis não, mar num tô dizeno.
― É, minha véia, ainda bem que nóis num vivemo naquelas época.
― Que história é essa de minha véia? Véi é tu! Mar menino!
― É modo de dizê! Ô muié dispeitada. Tá veno aí, seu William?! Num concorda cum nada que eu digo.
― Vocês não têm jeito mesmo. Agora será que posso continuar ou vocês não querem mais saber?
― Eu quero, eu quero, seu William.
― Está bem, Jefrésia. Vocês reclamaram que somente os seres superiores tinham seus aniversários comemorados, e era verdade, como eu disse, mas com o tempo, essas comemorações foram se estendendo aos mortais, e em Roma passou a ser dedicado também ao imperador, a sua família e aos senadores.
― Eita! Tá ficano mio, já chegou nos homi que pode morrer.
― Esse homi num cala a boca, fica só se meteno. Continua, seu William.
― Eu me meteno, Jefrésia? Tu vai vê despois, tu vai vê!
― Vocês dois se odeiam tanto assim para viverem brigando? Algumas vezes parece que vão se matar.
― Eu não, seu William, eu num quero matá o bixinho não, ele é besta mar eu gosto é muito dele, eu num fico sem o meu Genarozinho não, né meu bem?
― Eu também num fico sem ela não, minha corrinha linda.
― Muito bonito isso, vocês deveriam ser sempre assim.
― É que a gente é besta mermo e fica sempre brigano, hi-hi-hi-hi!
― Jefrésia, vocês são muito engraçados, mas voltemos ao tema do aniversário: houve um tempo em que o costume de comemorar aniversários foi abolido pela igreja devido a suas origens pagãs (entendendo que pagão era todo aquele aspecto religioso ou cultural, de costumes que se relacionava ao campo: deuses pagãos eram deuses criados no campo). Vocês dois estão me entendendo?
― Mar ou meno, seu William, mar continue pra nóis sabê mais. Eu gosto tanto de ouvir o senhor, o senhor sabe de tanta corra linda.
― Obrigado, Jefrésia! Olha, depois desse período de proibição das comemorações de aniversários, no século IV a Igreja começou a celebrar o nascimento de Cristo, o Natal, então, a partir daí, começou a se comemorar aniversários propriamente ditos, onde todos tinham direito a comemoração e não mais apenas os seres superiores ou da realeza; os romanos chamavam de "dies sollemnis natalis".
― Propriamente ditos? Quer dizer que antes as pessoas num diziam não que comemoravam?
― Diziam, Jefrésia, mas quando eu falo em “propriamente dito” quero dizer que antes as comemorações não eram como as que conhecemos hoje e que a partir da comemoração do nascimento de Cristo elas passaram a ser mais parecidas com as que conhecemos hoje. Logo depois dessa época começaram a surgir os apetrechos simbólicos como bolo, velinhas e o famoso "Parabéns pra Você", dentre outras coisas. Ainda assim existem lugares com certa diferença na comemoração: no Vietnã, por exemplo, os aniversários não são comemorados na data exata do nascimento, mas na passagem do ano novo, de forma coletiva.
― Orra! Que tanta coisa legal. Então as pessoa já comemorava os aniversáro lá nos antes de Cristo. Viu só, Genaro, as pessoa naquelas época tudo cantano parabéns com aquelas língua estranha; vixi, eu num ia entender era nada.
― É mermo, muié, vixi como devia ser estranha as fala daquele povo, Deus que me livre!
― E quanto aos presentes, vocês dois fazem ideia de por que se dá presente ao aniversariante no seu dia?
― Ora, seu William, essa é facinha.
― Então responde Genaro.
― É pro mode o aniversariante ficá feliz e o presenteador se sentir importante por ter dado o presente. Acertei?
― Não, Genaro, não acertou, faz sentido, mas não é isso.
― Mar tu só fala besteira mermo, né homi?! Hi-hi-hi-hi-hi!
― Quié que tu tá rino aí? Seu William disse que faz sentido.
― Ele disse isso só pra sê legal contigo, besta.
― Não, Jefrésia, faz sentido o que ele disse.
― Tu viu, viu?
― Tudo bem, Genaro, agora me deixe continuar: se dava presentes com o intuito de afastar os maus espíritos.
― E quem é esse Intuito que o sinhô falou aí?
― Jefrésia, intuito não é nome de pessoa, intuito quer dizer com o objetivo de...
― Ha-ha-ha-ha-ha! Mar tu é abestada mermo, Jefrésia; uma pessoa: “quem é esse intuito”, ha-ha-ha-ha!
― Para com isso, Genaro. Você está rindo, mas sabia o que era intuito?
― Sabiiiia!
― Sabia nada, tu lá sabe de bosta nenhuma!
― Olha ela aí, seu William, a Jefrésia!
― Vocês! Mas eu estava falando de presentes. Vocês sabem que os balões são muito comuns nos aniversários, mas o que vocês não sabem é que eles devem ter sido os primeiros presentes dado às crianças naquele tempo.
― Balão?! Eita! As criança devia estourá tudim né?
― Não Jefrésia, não estouravam por que eles não eram como os de hoje, eram feitos de intestinos e tripas de animais mortos inflados com ar.
― Eca, eca, eca, seu William, tripa, intestino, que nojo, né não Genaro?
― É sim, esses balões começaram a aparecer nessa festas como uma forma de divertir as crianças.
― Diversão nojenta essa.
― Você tem razão, Jefrésia.
― E os cartões de aniversário? Sabe como surgiram?
― Como foi, seu William?
― Bem, Genaro, eles não surgiram com o objetivo primeiro de felicitar o aniversariante, mas sim como um pedido de desculpas que a pessoa que não podia visitar o aniversariante enviava. Essa tradição surgiu na Inglaterra, no começo do século XX.
― Vixi, como as pessoa eram estranha.
― Era uma forma diferente de ver as coisas, Jefrésia.
― Era, seu William, muito diferente. E tem mais coisa pra gente saber? Sabe o que eu gostaria de saber?
― O que, Jefrésia?
― Eu queria saber quando foi que surgiu os brigadeirim?
― Olha a muié, seu William, só pensa em comida, por isso tá ficano assim.
― Assim como, Genaro? Tu tá me chamando de gorda é, traste?
― Vamos parar que eu vou responder a pergunta: o brigadeiro surgiu no Brasil, durante a disputa presidencial de 1945. E por que o nome brigadeiro? eu me pergunto.
― Senhor William, o senhor é engraçado!
― Ha-ha-ha-ha! Você acha, Jefrésia?
― Acho sim!
― Está certo, Jefrésia, o doce se chama brigadeiro por que as eleitoras do brigadeiro Eduardo Gomes criaram um doce chamado “o doce do brigadeiro” com o intuito de conquistar os eleitores através da barriga, como aquela história de pegar um homem pela barriga, quando as mães falavam que era a melhor forma da filha conquistar um homem. Assim fizeram as eleitoras. Resultado de tudo isso: o doce brigadeiro ganhou o eleitorado, mas o candidato brigadeiro perdeu as eleições.
― Ave Maria que o bichim deve de ter ficado tão tristim por perder as eleição, né Genaro?!
― É sim!
― Tu só sabe falar isso, Homi: “é sim!”?
― E tu quer que eu fale o quê?
― Aaaah! Vou brigar com tu não, Genaro, tu é muito besta.
― Vai pra lá, Jefrésia! Ô muié chata!
― Seu William, seu William, seu William!
― Obrigado Jefrésia, Genaro!
― Num agradece o Genaro não, seu William, ele num fez nadica de nada, esse mosca-morta.
― Que num fiz, muié, sê tá doida?! Quem foi que bateu parlma mais arto, hein?!
― “Bateu parlma mais arto”, vai te catá, Genaro!
― Vai tu, abestada!
― Vamos parar com essa briguinha, por favor. Eu fico muito feliz que hoje, dia 2 de fevereiro, dia do meu trigésimo sexto aniversário, vocês estejam aqui comigo. E esse bolo, de que é, Jefrésia?
― É de macacheira, seu William.
― Fui eu que tive a idéia, fui eu!
― Cala a boca, Genaro, o homi tá falando comigo, num é com tu não.
― Ô muié chata, minha nossa sinhora!
― Chato é tu, bestarréi!
― Já vão começar novamente?
― É mermo, é mermo, é aniversáro do seu William, num é dia de bagunça não, Genaro!
― Genaro? Mar tu é muito sabida mermo... E é sô eu que tô fazeno baruio, sô? Jefrésia, tu, num sei não viu, num sei não!
― Ha-ha-ha-ha! vocês são muito divertidos, mas vamos parar com isso. Me digam uma coisa: já que estamos comemorando o meu aniversário, vocês sabem como foi que surgiram as comemorações de aniversários?
― Iiiiiih! Eu num sei não, seu William.
― É craro que tu num sabe, homi, e tu sabe de alguma coisa na vida, Genaro?!
― E tu, e tu, tu sabe de alguma coisa? Tu sabe quando começou os aniversáro, sabe? Num sabe, eu aposto! Eu aposto a minha galinha Gefrides como tu num sabe. Sabe nada!
― Agora tu vai ficá aí falano feito uma matraca é?! Ô homi chato!
― Vocês querem ouvir ou não sobre o começo dos aniversário?
― Eu quero, seu William, ma esse aí... num sei não; fala demais.
―“Fala demais”. E tu, abestada?!
― Voltando ao assunto, os aniversários são comemorados desde o Egito antigo, por volta do ano 3000 a.C, segundo o livro The Lore of Birthdays, dos antropólogos americanos Ralph e Adelin Linton. Os gregos também adotaram esse costume, e tanto eles quanto os egípcios dedicavam suas comemorações apenas aos faraós e aos deuses, ou seja, seres superiores, considerados divinos.
― Vixi, que povo mais besta. Tá veno aí, Genaro?! Num comemorava aniversário de gente como nóis não, mar num tô dizeno.
― É, minha véia, ainda bem que nóis num vivemo naquelas época.
― Que história é essa de minha véia? Véi é tu! Mar menino!
― É modo de dizê! Ô muié dispeitada. Tá veno aí, seu William?! Num concorda cum nada que eu digo.
― Vocês não têm jeito mesmo. Agora será que posso continuar ou vocês não querem mais saber?
― Eu quero, eu quero, seu William.
― Está bem, Jefrésia. Vocês reclamaram que somente os seres superiores tinham seus aniversários comemorados, e era verdade, como eu disse, mas com o tempo, essas comemorações foram se estendendo aos mortais, e em Roma passou a ser dedicado também ao imperador, a sua família e aos senadores.
― Eita! Tá ficano mio, já chegou nos homi que pode morrer.
― Esse homi num cala a boca, fica só se meteno. Continua, seu William.
― Eu me meteno, Jefrésia? Tu vai vê despois, tu vai vê!
― Vocês dois se odeiam tanto assim para viverem brigando? Algumas vezes parece que vão se matar.
― Eu não, seu William, eu num quero matá o bixinho não, ele é besta mar eu gosto é muito dele, eu num fico sem o meu Genarozinho não, né meu bem?
― Eu também num fico sem ela não, minha corrinha linda.
― Muito bonito isso, vocês deveriam ser sempre assim.
― É que a gente é besta mermo e fica sempre brigano, hi-hi-hi-hi!
― Jefrésia, vocês são muito engraçados, mas voltemos ao tema do aniversário: houve um tempo em que o costume de comemorar aniversários foi abolido pela igreja devido a suas origens pagãs (entendendo que pagão era todo aquele aspecto religioso ou cultural, de costumes que se relacionava ao campo: deuses pagãos eram deuses criados no campo). Vocês dois estão me entendendo?
― Mar ou meno, seu William, mar continue pra nóis sabê mais. Eu gosto tanto de ouvir o senhor, o senhor sabe de tanta corra linda.
― Obrigado, Jefrésia! Olha, depois desse período de proibição das comemorações de aniversários, no século IV a Igreja começou a celebrar o nascimento de Cristo, o Natal, então, a partir daí, começou a se comemorar aniversários propriamente ditos, onde todos tinham direito a comemoração e não mais apenas os seres superiores ou da realeza; os romanos chamavam de "dies sollemnis natalis".
― Propriamente ditos? Quer dizer que antes as pessoas num diziam não que comemoravam?
― Diziam, Jefrésia, mas quando eu falo em “propriamente dito” quero dizer que antes as comemorações não eram como as que conhecemos hoje e que a partir da comemoração do nascimento de Cristo elas passaram a ser mais parecidas com as que conhecemos hoje. Logo depois dessa época começaram a surgir os apetrechos simbólicos como bolo, velinhas e o famoso "Parabéns pra Você", dentre outras coisas. Ainda assim existem lugares com certa diferença na comemoração: no Vietnã, por exemplo, os aniversários não são comemorados na data exata do nascimento, mas na passagem do ano novo, de forma coletiva.
― Orra! Que tanta coisa legal. Então as pessoa já comemorava os aniversáro lá nos antes de Cristo. Viu só, Genaro, as pessoa naquelas época tudo cantano parabéns com aquelas língua estranha; vixi, eu num ia entender era nada.
― É mermo, muié, vixi como devia ser estranha as fala daquele povo, Deus que me livre!
― E quanto aos presentes, vocês dois fazem ideia de por que se dá presente ao aniversariante no seu dia?
― Ora, seu William, essa é facinha.
― Então responde Genaro.
― É pro mode o aniversariante ficá feliz e o presenteador se sentir importante por ter dado o presente. Acertei?
― Não, Genaro, não acertou, faz sentido, mas não é isso.
― Mar tu só fala besteira mermo, né homi?! Hi-hi-hi-hi-hi!
― Quié que tu tá rino aí? Seu William disse que faz sentido.
― Ele disse isso só pra sê legal contigo, besta.
― Não, Jefrésia, faz sentido o que ele disse.
― Tu viu, viu?
― Tudo bem, Genaro, agora me deixe continuar: se dava presentes com o intuito de afastar os maus espíritos.
― E quem é esse Intuito que o sinhô falou aí?
― Jefrésia, intuito não é nome de pessoa, intuito quer dizer com o objetivo de...
― Ha-ha-ha-ha-ha! Mar tu é abestada mermo, Jefrésia; uma pessoa: “quem é esse intuito”, ha-ha-ha-ha!
― Para com isso, Genaro. Você está rindo, mas sabia o que era intuito?
― Sabiiiia!
― Sabia nada, tu lá sabe de bosta nenhuma!
― Olha ela aí, seu William, a Jefrésia!
― Vocês! Mas eu estava falando de presentes. Vocês sabem que os balões são muito comuns nos aniversários, mas o que vocês não sabem é que eles devem ter sido os primeiros presentes dado às crianças naquele tempo.
― Balão?! Eita! As criança devia estourá tudim né?
― Não Jefrésia, não estouravam por que eles não eram como os de hoje, eram feitos de intestinos e tripas de animais mortos inflados com ar.
― Eca, eca, eca, seu William, tripa, intestino, que nojo, né não Genaro?
― É sim, esses balões começaram a aparecer nessa festas como uma forma de divertir as crianças.
― Diversão nojenta essa.
― Você tem razão, Jefrésia.
― E os cartões de aniversário? Sabe como surgiram?
― Como foi, seu William?
― Bem, Genaro, eles não surgiram com o objetivo primeiro de felicitar o aniversariante, mas sim como um pedido de desculpas que a pessoa que não podia visitar o aniversariante enviava. Essa tradição surgiu na Inglaterra, no começo do século XX.
― Vixi, como as pessoa eram estranha.
― Era uma forma diferente de ver as coisas, Jefrésia.
― Era, seu William, muito diferente. E tem mais coisa pra gente saber? Sabe o que eu gostaria de saber?
― O que, Jefrésia?
― Eu queria saber quando foi que surgiu os brigadeirim?
― Olha a muié, seu William, só pensa em comida, por isso tá ficano assim.
― Assim como, Genaro? Tu tá me chamando de gorda é, traste?
― Vamos parar que eu vou responder a pergunta: o brigadeiro surgiu no Brasil, durante a disputa presidencial de 1945. E por que o nome brigadeiro? eu me pergunto.
― Senhor William, o senhor é engraçado!
― Ha-ha-ha-ha! Você acha, Jefrésia?
― Acho sim!
― Está certo, Jefrésia, o doce se chama brigadeiro por que as eleitoras do brigadeiro Eduardo Gomes criaram um doce chamado “o doce do brigadeiro” com o intuito de conquistar os eleitores através da barriga, como aquela história de pegar um homem pela barriga, quando as mães falavam que era a melhor forma da filha conquistar um homem. Assim fizeram as eleitoras. Resultado de tudo isso: o doce brigadeiro ganhou o eleitorado, mas o candidato brigadeiro perdeu as eleições.
― Ave Maria que o bichim deve de ter ficado tão tristim por perder as eleição, né Genaro?!
― É sim!
― Tu só sabe falar isso, Homi: “é sim!”?
― E tu quer que eu fale o quê?
― Aaaah! Vou brigar com tu não, Genaro, tu é muito besta.
― Vai pra lá, Jefrésia! Ô muié chata!
― Antes que o casal prossiga na disputa de quem xinga mais eu vou falar sobre o bolo de aniversário e as velas.
― Ixe! É mermo! Por que se faz bolo para aniversário, seu William?
― Olha aí, num tô dizeno, falô em comida ela fica logo doida.
― Cala a boca, Genaro!
― Como eu estava dizendo, vou falar desses dois apetrechos indispensáveis numa festa de aniversário. Eles surgiram na Grécia antiga; lá, todo dia 6, homenageavam a deusa Artemis com festas, e nessas festas colocavam velas sobre uma torta, simbolizando a lua cheia, que, segundo a mitologia, era a forma como a deusa se expressava. Muito tempo depois, na Idade Média, os alemães trouxeram de volta esse hábito para usá-lo em festas de criança; só não se sabe por que razão.
― Seu, William!
― Sim, Jefrésia.
― E num é que o bolo parece mermo com uma lua cheia, né não?!
― É verdade, parece.
― Mas, seu William.
― Sim Genaro.
― Tem uma coisa muito importante de que o senhor ainda não falô.
― E o que foi?
― O sinhô num falô da musiquinha dos parabéns. Dessa o sinhô num falô não!
― É verdade, o meu amorzinho tem razão, o sinhô num falou não.
― Tu me chamou de amorzinho, foi minha frô. Tão linda falano amozinho. Tu sabe que eu gosto é muito de tu, num sabe?
― Hi-hi-hi-hi! Eu também gosto muito de tu, tu sabe né?
― Se seu William num tivesse aqui, eu agarrava tu agora mermo e tascava um beijo daqueles de desentupir pia tapada há três dia.
― Ai, Genaro, tu é tão romântico, as vez.
― Vocês são muito interessantes, ora estão brigando, ora estão se adorando.
― O amô é assim mermo, seu William, ora briga, ora beija, né não, Genaro? Hi-hi-hi-hi-hi!
― Vocês sabem que, neste momento, dezenas de pessoas estão olhando pra vocês?!
― Onde que num tô veno? Seu William, o sinhô discurpa, mas acho que o sinhô tá variano das idéia; num tô veno ninguém aqui não.
― Jefrésia, eles estão lendo tudo o que a gente fala aqui.
― Vixi Maria, e Cuma é isso?
― É que eu escrevo pra eles tudo o que nós falamos aqui.
― Então quer dizer que eles vão tudo ler as bestera que nóis disse? Faz isso não, seu William, eles vão ficar mangano da gente, vão achar que nóis tudo é abestado.
― Não vão não, eles adoram vocês, já me disseram isso.
― E é verdade? Olha aí, Genaro, ouviu o que o seu William disse, esse povo tudo gosta da gente.
― Ouvi sim, o seu William deixou nóis famoso.
― Deixei. Por que vocês não dão um alô pra eles?
― Alô pessoal!”, Genaro, quando eu disse “alô” não era pra você dizer exatamente “alô”, poderia ser “oi”.
― Mas tu é besta mermo, né Genaro. Oi pessoal que tá leno a gente agora, tá tudo bonzim com ocês, tá? Hi-hi-hi-hi! Seu William tem certeza que esse povo que nóis num tá veno tá veno a gente, o sinhô num tá brincano com a nossa cara não?
― Não estou, eles realmente podem ver vocês através das letras que escrevo.
― Através das letras? Seu William, o sinhô tá bem? Eu acho que o sinhô devia pará de comer o que comeu no armoço de hoje, por que fez mal pro sinhô.
― Vamos mudar de assunto. Genaro você me perguntou sobre a música de aniversário; bem, o “Parabéns pra você” surgiu de uma música chamada “Good morning to all.
― Good o quê?
― É um nome em inglês, Jefrésia.
― Só podia ser mermo ingrês.
― Continuando, essa música, que foi criada em 1875 por dois americanos, Mildred e Patricia Hill, sofreu muitas mudanças com o tempo e acabou dando origem ao “Parabéns pra você” em 1924. Sua versão brasileira foi decidida em um concurso da Rádio Tupi-RJ: em 1942, a paulista Bertha Celeste Homem de Mello venceu esse concurso e nos deu a versão que conhecemos hoje e cantamos nas festas de aniversário.
― Aprende Genaro! Aposto que tu num sabia disso!
― E tu sabia, sabia? Sabia nada!
― Bicho besta!
― E então, gostaram?
― Vixi Maria, eu adorei tudim, tudim, tô até me sentindo mais sabida.
― E eu também!
― Que bom que gostaram. Mas eu já falei demais e é chegada à hora de parar.
― Homi num pare não!
― Paro sim, Genaro, já falei o que era importante, e daqui a pouco vão chegar as pessoas para a festa.
― Então é mio nóis ir embora pra num atrapaiá a festa do sinhô.
― Nada disso, Genaro, eu quero vocês dois aqui com todo mundo.
― É mermo, seu William? Olha aí Jefrésia, o sinhô num existe não, seu William.
― Ele é tão bom pra gente num é meu véi?
― É sim!
― Vamos parar com isso, vamos parar, eu gosto de vocês e quero que vocês se divirtam como todo mundo, então vamos pra sala esperar os amigos, e dêem um tchau paras as pessoas que estão lendo a gente agora.
― Tchau pessoal, nóis vai ficá aqui cumeno bolo e si divertino, e infelizmente nóis num pode mandá bolo pra ocês, se não mandava, né, seu William?
― É sim, Jefréseia.
― Tchau pessoal, até a próxima!
― Isso Genaro, agora vamos pra sala.
E se alguém que está nos lendo agora faz aniversário hoje, ou nos dias vizinhos, um Feliz Aniversário e aproveite ao máximo mais esse ano de vida.
― Falô bonito, seu William!
― Obrigado, Jefrésia.
Imagem 1: Charles Schulz,Charlie Brown.
Imagens 2 & 3: Mike Judge, Beavis & Butt-Head,
Parabéns! Ótimo texto.
ResponderExcluirSendo assim dies sollemnis natalis!
ResponderExcluirParabéns antecipado!
Abração!
William!!!
ResponderExcluirEste texto me fez sorrir muito!!!Mais uma vez encantando meus olhos literários!!!Adorei a curiosidade de como surgiu o brigadeiro...eu que sou uma formiga, é muito bom saber desta informação!!!!Adorei o texto...está com um ótimo senso de humor!!!!
Beijãoooo e amanhã vc fica mais jovem ainda!!!!=)
sua menina do sorriso!
Aline
Oi William,
ResponderExcluirParabéns pra você! Tudo de bom, saúde, paz e realizações. Não sei de você, mas gosto de receber o carinho e os bons fluidos do sentimento sincero daqueles que gostam de mim, por isso receba meus votos de coração aberto.
Sinto-me contemplada também pelo seu texto, já que sou quase sua vizinha de aniversário (dia 31/01).
Beijos,
Priscila
Genaro, Jefrésía, tá tudo bem com nóis aqui, viu? Nóis gostô de vê ocêis aí ovinu o seu William. Ocêis perguntarum as pergunta que nóis ia perguntá também! Legal, né?
ResponderExcluirWilliam, aniversário é uma data tão instável pra mim, pois traz boas e más recordações. Na infância fazia questão de ter os colegas comemorando comigo (coisa de criança a espera dos presentes), na adolescência, queria era me esconder de tudo e de todos (rsss), agora na fase adulta, não faço a mesma questão assim (gostaria de já acordar no dia seguinte...rss), pois estar com as pessoas que gosto, nem sempre é possível nesta data que é minha. Mas um dia ainda espero poder reunir todos que me acolhem bem de uma certa forma, ao meu lado.
Só conhecia a história do brigadeiro, como as outras são interessantes também, né?
Parabéns pelo teu dia e tudo de bom.
Um abraço
Marcelo
Oiê!!!!
ResponderExcluirEsse texto tá "mara"....risos...gosto muito do Genaro e Jefréseia!!!
Um texto humorístico e informativo...que bacana!
A gente lê...se diverte e ainda sai informado!
Parabéns pelo seu aniversário e q neste ano, q se inicia hoje pra vc, seja espetacular: saúde, paz e "muita" literatura...risos...
Um abração!
William,
ResponderExcluirParabens "pranois"
um beijo, um queijo, um rato e uma rapadura..
Andrea
Caro amigo William,
ResponderExcluirAdorei o texto e parabéns para nós, afinal, o meu é no dia 05 de fevereiro.
Grande abraço do amigo Mendes Júnior
Aline, minha menina do sorriso, por que é tão gentil comigo? (rs!) Fico feliz que sempre sorria quando me ler. Quanto a ficar mais jovem, estranhamente me sinto mais jovem do que quando tinha dezoito anos; devo estar enlouquecendo – que bom! (rs!). Um beijo!
ResponderExcluirObrigado, Priscila, gosto de receber o carinho dos amigos e dos que gostam de mim.
Grande Marcelo, obrigado pelos parabéns e por estar sempre aqui, me lendo, é muito bom ter você como leitor. Um grande abraço!
Minha amiga Karla, de já longa data, obrigado por tudo, pelo carinho, pelos parabéns e por sempre ter acompanhado minha literatura. Um grande beijo!
Obrigado, Andrea, mas o rato eu dispenso (rs!) Um grande beijo, menina!
Obrigado e meus parabéns, Mendes. Que bom que veio aqui me ler. Um grande abraço!
Sou verdadeira Lial!!!E um pouco gentil tb!!!=)rs*
ResponderExcluirbjooo
sua menina do sorriso!
Lembro tanto da Emília nesses personagens... Como sempre: parabéns!
ResponderExcluir:)