O Adeus
Olhou para trás
como se dissesse adeus,
porque era adeus que dizia.
Enxugou as lágrimas
com aqueles dedos delicados
e sorriu como se chorasse.
Olhou o chão fixamente;
firmemente para o que não estava lá.
Sorriu chorando soluçante,
disse adeus com a voz trêmula,
e sussurrou um até logo
com voz de nunca mais.
Deu-lhe as costas
que lhe bateram na cara encharcada,
e deslizou para um mundo que não era o seu,
distante dos seus dedos que,
naquele momento,
moviam-se esquizofrênicos,
deixando-lhe a lembrança daquele rosto
partindo entre seus olhos naufragados,
a boca engasgada
e as pernas enrijecidas
pela angustia da agonia.
In: Lial, William. O mundo de vidro. Fortaleza: Imprece, 2005.
Imagem: Caspar David Friedrich (1774 – 1840), The Wanderer above the Mists,1817-18.
gostei muito!
ResponderExcluirOlá William
ResponderExcluirGosto Muito dos poemas deste teu livro,linda publicação,linda imagem,parabéns!
Boas energias!
Mari
Fanny, obrigado pela visita, e que bom que gostou.
ResponderExcluirUm beijo, menina!
Mari, Mari, Mari, como está menina? Obrigado por vir aqui.
Um beijo!
William,
ResponderExcluirAinda engatinho como fã de poesia, estou aprendendo a avsorvê-las, seni-las, mas gostei muito, é muito bonita.
Grande abraço.
Menino gênio,
ResponderExcluirvenho sempre,leio sempre,só não tenho tido tempo de comenta-los,após 180 dias de saga,creio que em breve estará tudo bem.Obrigada
beijos
Mari
Luciano, obrigado por procurar gostar lendo o que escrevo. E que bom que gostou.
ResponderExcluirUm abraço!
Mari, torço muito por você, menina bonita, e acredito que em breve tudo estará bem.
Um beijo!
ADOREI ! Incrível como você transmite sentimentos ao leitor! Abraços Sylvia R
ResponderExcluirE, transportada para o momento do adeus, chorei...
ResponderExcluirLindo!
Arlene, uma resposta poética. Gostei!
ResponderExcluirÉ bom quando nos transportamos para o universo da poesia quando lemos. O texto faz todo o sentido, e somos outro, sendo nós mesmos nesse momento.
Obrigado, Sylvia.
ResponderExcluirUm abraço!
Oi Lial,
ResponderExcluirLindo esse seu poema. Falou-me muito. Dizer adeus é tão dif'icil, tão imposs'ivel as vezes que o dizemos como se estivéssemos dizendo outra coisa, ou dizemos outra coisa apenas; fazemos o gesto da partida como se fosse um outro gesto qualquer, mas sabemos.
Gosto qdo sinto num poema, vivência (e qdo consigo me identificar a minha maneira).
Beijos afetuosos,
Cybèle
PS gosto muito do seu blog, mas como acontece com vc, o tempo corre atràs de mim e eu atràs dele, ou seja, minha vida està um corre- corre danado, é a 'unica razão por eu vir menos aqui. Bjs.
Obrigado, Cybèle, pela constante visita.
ResponderExcluirE sim, dizemos adeus como gesto que pouco sentimos sua profundidade, apesar de, no fundo, sabermos o que é.
Um beijo carinhoso!